Os adultos muitas vezes se sentem intimidados diante da experiência de aprender uma
língua estrangeira. Afinal, uma vez que dominam sua língua materna, muitos se sentem
frustrados por não conseguirem comunicar na língua alvo com a mesma naturalidade.
Construir uma pequena frase pode ser trabalhoso e ameaçador. Produzir sons esquecidos no
seu aparelho fonador pode ser uma tarefa que demanda esforço corporal.
De acordo com a psicanalista francesa, Christine Revuz (1998), “Começar o estudo de uma
língua estrangeira é se colocar em uma situação de não saber absoluto. É retornar ao
estágio do neném que não fala ainda. É (re)fazer a experiência da impotência de se fazer
entender.” Revuz acrescenta que esse sentimento de regressão associado a essa situação é
reforçado quando a aprendizagem privilegia um tipo de oralidade que exige dos alunos
perfeição na produção dos sons e dos ritmos. É inegável que tentar pronunciar sons como o
“Th” do inglês pode se tornar árduo. Afinal, na nossa língua materna não produzimos esse
som. Assim, nas palavras de Revuz, essa é uma liberdade esquecida pelo nosso aparelho
fonador, o que muitas vezes suscita bloqueios por parte dos alunos, e algumas pessoas se
negam energicamente a isso.
Porém, muito mais do que pronunciar perfeitamente é preciso comunicar. Com a expansão
do inglês hoje, diz-se comumente que há muitos “Englishes” no mundo. Não há apenas o
inglês americano, britânico, australiano, canadense ou sul africano. Há o inglês chinês, o
inglês brasileiro, o inglês indiano, dentre tantos, com seus sotaques e formas de falar
específicos. E cada cultura transforma esse idioma com base na sua língua materna, o que
não impede de se fazer entender. O fato é que nem mesmo dentro dos Estados Unidos ou
do Reino Unido há apenas um “inglês” sendo falado. Assim sendo, não existe o inglês
perfeito ou a pronúncia perfeita. O que existe é uma boa comunicação, que depende de um
repertório de palavras, do razoável domínio de estruturas e usos dessa língua alvo e também
de uma pronúncia suficientemente boa para que a comunicação aconteça. O que se deve
estabelecer como meta, portanto, é aprender a interagir na língua e usá-la de maneira
adequada e suficiente. Depois disso, cada um pode decidir que outras metas deseja
alcançar.
Além disso, é importante ressaltar que os desafios podem ser atravessados de maneira
muito mais tranquila, o que depende muito das condições de aprendizagem. Em uma
atmosfera receptiva, em que os adultos possam se identificar com as demais pessoas e
serem acolhidas nas suas inseguranças iniciais, seguramente essa experiência, até então
ameaçadora ou inibidora, pode se tornar um prazeroso encontro. Aquilo que parecia ser
intransponível torna-se um instigante convite a descobertas e superações.
Falar uma língua é um processo que tem diferentes fases. E cada vez que uma fase é
ultrapassada, a sensação de superação e liberdade é muito gratificante. Mas é preciso ter
em mente que aprender um idioma é muito mais do que dominar sua gramática,
vocabulário e pronúncia: é pôr-se em contato com o mundo, com outras culturas, com
outras formas de viver e de se comunicar. É instigante do ponto de vista psicológico,
agregador do ponto de vista afetivo e mobilizador do ponto de vista cognitivo, pois, para que
possamos nos comunicar em uma língua estrangeira, é preciso fazer muitas conexões. Isso
põe o nosso cérebro em permanente atividade: diversos estudos demonstram que aprender e falar uma outra língua é o melhor exercício para a saúde do cérebro. Além disso, a oportunidade de compartilhar essa experiência com outras pessoas oferece benefícios sócio-afetivos da maior importância na vida adulta.
Aulas online
Neste momento de isolamento social, oferecemos cursos “online”. Para que seja uma
experiência bem-sucedida, os participantes de um grupo devem ter um ambiente e
condições apropriados para o momento da aula, que lhe permita usufruir do encontro
plenamente, ou seja, deve ter privacidade e o equipamento necessário para participar da
aula: internet, um computador ou laptop, um fone de ouvido, se possível.
Assim como nas aulas presenciais, as turmas são organizadas de acordo com a faixa etária e
o conhecimento da língua: do básico ao avançado.
A plataforma utilizada é o Zoom. A escola envia um link para os alunos que devem apenas
clicar nele para iniciar a aula.
A escola conta com uma equipe de apoio para dar assistência aos alunos, antes, durante e
depois da aula.
Esperamos por vocês!








